Povo depauperado Versão para impressão
Terça, 24 Abril 2012

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Passam 38 anos do 25 de Abril, do dia em que, com muita participação coletiva, disputa politica e luta popular, com muita alegria, entusiasmo, fraternidade e genuína intervenção politica e exercício de cidadania, se construiu democracia, liberdade, poder local, direitos sociais, políticos e sindicais. Um povo, cansado de várias frentes de guerras coloniais, de intolerância, repressão e isolamento de um regime totalitário, que lhe reservava a humilhante miséria sócio económica e cultural com censura, de um estado assistencialista, que resultava na fuga para a imigração de milhares de portugueses. Saiu então á rua, abraçou e assumiu em mãos, o sonho e a esperança de uma sociedade mais justa, de desenvolvimento e progresso para gerações que se vêm entrelaçando na longa caminhada de luta e resistência, contra as cíclicas ameaças revanchistas que os governantes das politicas neoliberais e ultraliberais da alternância democrática, vêm arrogantemente perseguindo e paulatinamente desmembrando cruelmente a própria esperança e dignidade deste povo depauperado pelo agravamento das politicas de austeridade.

A este mesmo povo, que parece viver um pesadelo de recuo de décadas, em que o conformismo e a resignação são fantasmas que voltam a atormentar, querem reservar com grande naturalidade, cenários sociais humilhantes, a que é preciso dizer basta.

Este governo, só tem mesmo no centro das suas preocupações, o objetivo de retirar aos pobres para dar aos ricos, submisso ao capital financeiro a quem mais beneficiará o segundo pacote de resgate para o qual estão a arrastar o país, ainda que através da mentira, em que, numa voragem sem precedentes, todos os dias se assiste ao anúncio de novas medidas fomentadoras de mais recessão.

O povo está a suportar dolorosamente tais opções políticas de cortes sob cortes, que resultam num poder de compra cada vez mais insustentável para as famílias, reformados e jovens. Os governantes desresponsabilizam-se das consequências sócio e económicas das suas medidas e da troika, e deixam até cair a bandeira da solidariedade, quando são as próprias instituições de solidariedade social a denunciarem a falta de capacidade de resposta para corresponderem ao agravar da situação resultante das politicas em nome da crise, que trazem mais desemprego e miséria, obrigando os trabalhadores e operários que vão ficando encurralados perante o despedimento e a redução de prestações sociais, não a festejarem com cravos, mas a recorrerem à caridade dos apoios das instituições que há de levar à indignação de tais gerações de Abril. Assim haja uma luz de esperança que anime a luta necessária, mesmo vinda de fora para contagiar e moralizar um povo que não pode regredir historicamente nas últimas décadas de forma tão drástica e perigosamente.

José Carlos Lopes

 

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