Se se pode esquecer a expectativa como primeiro momento da construção histórica Versão para impressão
Terça, 14 Fevereiro 2012

O secretário-geral do KKE (Partido Comunista Grego), depois do conhecimento público das últimas sondagens, que dão uma maioria clara aos três partidos de Esquerda – o próprio KKE, o Syriza e a Esquerda Democrática – decidiu proferir algumas palavras sobre uma possível coligação.
Somam cerca de 42% com eleições pensadas para Abril e representam uma esperança para uma possível reviravolta contra a agiotagem do FMI e das instituições europeias sobre a Grécia. Mas o KKE decidiu entregar a esperança à Direita e dizer que coligações com traidores ao marxismo são impensáveis.
Ora bem, primeiro é necessário pensar quem é que realmente traiu o espírito marxista. Se foram aqueles que o quiseram actualizar, repensar sem dogmas, ou os que utilizam uma ex-hegemonia soviética completamente contrária ao espírito revolucionário. Contra revolucionário, anti-marxista até.
"Falta de sentido histórico é o defeito hereditário de todos os filósofos." (Friedrich Nietzsche) Expressa bem o conteúdo das declarações do KKE, que tentam copiar os anteriores teatros revolucionários que deram sempre origem a um capitalismo de estado. Essa falta de sentido histórico, de perceber que o primeiro passo para um período pré-revolucionário é juntar essas forças contra aquilo que mais afecta um povo. Neste caso é o FMI, uma liderança europeia conservadora e um governo também ele neo-conservador.
É disso que é necessário. Essa expectativa. Essa expectativo-esperança. Pensar uma esquerda grande como caminho a percorrer e não como um fim sem que a própria revolução tenha chegado. Isso será matar a expectativa, a revolução, entregando de bandeja outra vitória política ao capitalismo com assinatura do sectarismo ideológico por baixo.
Da hegemonia
Só essa convergência além-partidária conseguirá unir um povo em torno de um processo futuro revolucionário. Foi sempre assim. É o que a história nos demonstra. A Grécia, ao contrário do que alguns neo-estalinistas entendem por revolução, ainda não vive um período propriamente dito revolucionário. Nem ainda pré-revolucionário. Existe sim aquilo que os prende de cumprirem esse devir, esse projeto. O acordo FMI-BCE-Governo. A hegemonia da Direita Europeia ainda faz ajoelhar a revolta grega em torno de mais um empréstimo suicida.
Essa concentração popular na mudança da hegemonia política é o que os próprios gregos e gregas gritam nas ruas. E serve de exemplo para Portugal.
Luís Monteiro
 
 

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