Os Passos do Coelho Versão para impressão
Domingo, 25 Julho 2010

As ambições ultra-liberais do novo PSD de Passos Coelho (PPC) parecem não ter fim. Numa altura em que os portugueses estão precupados com as consequências reais que a crise provoca, nomeadamente o aumento do desemprego e da pobreza, e apesar de o processo de refundação ideológica do PSD (à cargo de Aguiar Branco) estar ainda em fase embrionária, PPC avança com uma proposta de revisão constitucional que pretende liberalizar totalmente os despedimentos e atacar o direito de acesso à saúde e educação públicas, entre outras pérolas.

Artigo de Alex Gomes

De facto, o desfazamento que existe entre o contexto político e social em que a Constituição foi escrita e o que se lhe veio a seguir ao longo dos últimos trinta e quatro anos provocou um continuado desrespeito pelos princípios de índole socialista nela garantidos. E de facto os despedimentos estão mais liberalizados do que já foram, e o “tendencialmente gratuito” tem sido substituído por um tendencialmente mais caro e privado, com o aumento das propinas, a criação das taxas moderadoras e as PPP's na gestão hospitalar só para citar algumas (porque são mesmo muitos os princípios constitucionais desrespeitados).

 

O PSD tenta com esta proposta chantagear o governo, antecipando a provável negociata para a aprovação do Orçamento de Estado de 2011. E se a praxis política do PS não parece ser assim tão antagónica com a proposta do PSD, a sua margem de manobra é cada vez menor. O PS está a perder a sua base de apoio para a direita, porque se é para executar políticas de carácter liberal, mais vale alguém que, de entre muitas vantagens em relação ao passado sombrio de Sócrates, ao menos parece ter, realmente, uma formação superior digna do nome.

 

 

O futuro dirá se no PS ainda corre algum sangue (talvez já será mais um plasma) de esquerda e que tenha coragem para não se deixar chantagear, indo a votos se necessário. À esquerda compete combater ferozmente estas tentativas de regresso ao pré-1929 não só no parlamento (que entretanto vai de férias) mas principalmente na rua.

 

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