O Ensino de Crato para a elite Versão para impressão
Quarta, 07 Setembro 2011

oinstigador

Com a chegada do Governo de Passos Coelho aos estudantes calhou a fava chamada Nuno Crato, um ministro que promete cortar em tudo quanto for possível e quem sabe até no que não for possível.

Para o ano lectivo 2011/2012 para o Ensino Superior os cortes chegam aos 8,5%, o que por si só já é um presságio daquilo que vai acontecer. Para além destes cortes directos às instituições do Ensino Superior temos também de pensar nos cortes no valor real das bolsas, o que acompanhando a situação do ano passado vai colocar mais quantos alunos sem possibilidades fora do Ensino Superior? Esperemos que Nuno Crato faça as contas no final do ano. Para além disto os cortes já fizeram com que algumas instituições do Ensino Superior começassem a despedir funcionários. A longo prazo será o despedimento de professores, ou a sua não contratação aquando a reforma de outros, o que muito tristemente porá em causa toda a qualidade do Ensino Superior.
Este claro desinteresse do Estado na educação faz com que os bancos possam esfregar as mãos de contentes pois ficam com a certeza de conseguir hipotecar a vida de milhares de pessoas com os tão afamados empréstimos para estudantes do Ensino Superior. Ora estes empréstimos vão na sua grande maioria para os estudantes que já poucas possibilidades têm e vão fazer com que esses estudantes quando acabarem o seu curso em vez de irem em busca de emprego para orientarem a sua vida, vão procurar emprego para pagar aos bancos os empréstimos. Empréstimos que não deveriam existir pois deveriam ser o Estado a garantir o subsídio aos estudantes carenciados através de bolsas que cada vez mais vão deixando de existir.
Depois de tudo isto apenas posso concluir que o nosso grande ministro Nuno Crato apoiado pelo grande Governo de Passos Coelho, está a contribuir largamente para a elitização do Ensino Superior ao desinvestir no ensino público, que relembro deve ser tendencialmente gratuito, e ao qual, independentemente da condição económica, familiar, de nacionalidade ou outra qualquer, devemos todos ter acesso. Com estas políticas vemos claramente que o Ensino Superior está para quem pode e não para quem quer, e é contra isto que nos devemos bater todos os dias nas faculdades, na rua, em todo o lado.
Visto que o nosso ministro é catedrático vou fazer aquelas que são as contas da grande maioria dos estudantes do Ensino Superior. As propinas que rondam os 1000€ são logo a despesa que não sai da cabeça dos estudantes o ano inteiro, a isto juntemos um valor médio de 150€/mês no aluguer de um quarto. Senhor ministro já lá vai cerca de 2800€/ano. Juntemos a isto as refeições nas cantinas que custam em média 2,38€, fazendo as contas dá cerca de 952€/ano, já vamos em 3752€/ano. Vou acrescentar a isto as despesas de deslocações de um estudante que viva cerca de 100km e dá mais 800€/ano perfazendo um total de 4552€/ano. Poderia juntar bibliografia, material escolar, contas da casa em que vive. Senhor ministro está a acompanhar as contas? O ordenado mínimo nacional dá 5820€/ano não contabilizando 13ªmês, subsídio de Natal ou férias.  Portanto um aluno carenciado para se manter a estudar no Ensino Superior precisaria de um ordenado mínimo de bolsa para se manter a estudar. Se isto não é um processo de elitização eu não sei o que será um.
Estas medidas levam a que cada vez mais o Ensino Superior em Portugal seja cada vez mais para uns e nada para todos. É necessário que o Estado garanta que todas as pessoas que o querem fazer possam entrar no Ensino Superior e não o tenham de abandonar por questões económicas. O ensino não é mercadoria nem as pessoas que o frequentam, o ensino é dos e para os estudantes. É necessária também a democratização do ensino, para que os estudantes possam ter voz activa nas suas universidades.
É chegada novamente a altura de os estudantes irem para a rua e trazer as suas reivindicações por um ensino justo, democrático e gratuito.
 

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