A direita a Passos e Portas fechadas... Versão para impressão
Terça, 23 Agosto 2011

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Passos Coelho tenta, a todo o custo, ultrapassar os recordes de trapalhadas outrora protagonizadas por Santana Lopes, com episódios como o das passagens de avião. Insiste também em concorrer com Sócrates nas incoerências como o corte no subsídio de Natal que no dia 1 de Abril afirmava ser um disparate... Enfim, desvios colossais das promessas, mas uma aproximação perigosa da dupla Santana/Portas.

Sabemos que a troika não brinca, o capitalismo não deixa margem para tal. Sabemos hoje que a redução da taxa social única vai ser de 3,7% com forte aumento do IVA colocando em perigo a Segurança Social e reforçando a tendência de recessão e a perigosa aniquilação do sector da restauração com a subida da taxa intermédia de IVA. Tudo isto porque a banca e as seguradoras são quem mais lucram com a mexida na TSU. Constatamos os cortes na Escola Pública, o despedimento de dezenas de milhares de professores, dos cortes no Serviço Nacional de Saúde com o fim dos reembolsos e outras medidas que virão no rol de atrocidades e de privatizações dos sectores mais rentáveis do Estado. Há, também, muito negócio para a banca e para a troika a fazer... Bem sabemos que o capitalismo não perdoa e não espera. A redução da TSU revela bem a orientação ideológica deste governo. O aumento dos medicamentos e dos transportes reforçam uma linha de direita que poupa a banca e os donos de Portugal. O aumento do IVA no gás natural e na electricidade são o reflexo dos custos dos buracos no BPN e na Madeira.

Paulo Portas apregoa a competência, mas depois dos submarinos aí está mais uma obra-prima: Uma venda ruinosa e pouco transparente... Assim se entrega o BPN a Isabel dos Santos e Américo Amorim, oferecendo-lhes ainda 510 milhões dos bolsos dos contribuintes.

Ao jeito de, vão-se habituando à ideia, Bagão Félix disse ao auditório da Antena 1, na rubrica Conselho Superior, que o pagamento dos subsídios de Natal e de Férias repartido pelo ano permitiria "um planeamento e uma atitude mais racionais dos consumos e poupanças das famílias". Seria ingenuidade acreditar que os empresários vão subir o nível salarial e ao mesmo tempo mantê-lo nos novos contratos para garantir estes pagamentos. Bagão Félix, Correia de Campos e outros estão a servir de lebre às políticas da direita mais reaccionária e conservadora que já tivemos na democracia portuguesa.

O Ministro Pedro Mota Soares aplicando a transição do apoio social para a caridade, o "Plano de Emergência Social" (PES), irá despender 400 milhões, menos do que os 510 milhões oferecidos ao BIC para ficarem com o BPN em contraste com os cortes cegos no apoio social.

Mais troikista que a troika, este governo, não consegue resistir ao séquito dos boys. Da nomeação de secretários de estado, mais que o previsto, à nomeação do irmão de Marcelo Rebelo de Sousa e de António Nogueira Leite do Grupo Mello para a CGD, assistimos ao habitual rodar de tachos e a uma ligação perigosa ao sector da saúde privada, enquanto no público faltam médicos de família para 1,5 milhões de utentes.

Quando actualmente o problema do país é o desemprego, vão ser tomadas medidas que permitem trabalhar para um privado sem que esse tenha de custear o vencimento. "Os estabelecimentos das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) vão deixar de ter um quadro fixo de pessoal para poderem funcionar. O que significa que as estruturas passarão a poder ser criadas ainda que contem apenas com a colaboração de "voluntários", afirmou fonte oficial do Ministério da Solidariedade e Segurança Social ao Jornal de Negócios (12-08-2011). O pior é que se podem suprimir postos de trabalho. Isto tudo num país onde saem por dia nove milhões de euros para paraísos fiscais e fica silenciado quando o déspota da Madeira exige dinheiro, justificando ter-se endividado para afrontar o governo Sócrates, omitindo que esconde e oprime quem fale da extrema pobreza na região. Eis a direita no seu melhor, defendendo os caprichos das elites económicas a Passos enviesados e com Portas abertas à exploração...

Paulo Cardoso

 

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