Dívida externa: o povo é que paga? Versão para impressão
Terça, 26 Julho 2011

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PS, PSD e CDS chumbaram o projecto de Resolução há dias apresentado pelo BE na Assembleia da República e que defendia a criação dum comissão eventual para a auditoria à dívida externa portuguesa.

Conhecer a natureza, os prazos de pagamento, o montante dos juros e as instituições credoras são exigências democráticas. Mas percebe-se a incomodidade dos partidos que prestam vassalagem à banca. Para PS, PSD e CDS/PP é preciso manter a obscuridade sobre a dívida externa, esconder as entidades envolvidas, confundir os cidadãos sobre as responsabilidades pelo gigantesco valor da dívida externa portuguesa (mais de 220% do PIB). É por isso que o combate pela transparência da política económica, pela auditoria da dívida externa tem que continuar no centro da política do BE.

De acordo com os últimos números do Banco de Portugal (BdP), a dívida externa bruta era de 396 mil milhões nos finais de 2010, tendo no 1º trimestre de 2011 baixado para 388 mil milhões de euros. E qual é a composição da dívida externa por entidades ? O Estado é responsável por 90 mil milhões (23% do total) e é a banca, outra vez a banca, que tem a maior fatia da dívida externa , mais de 164 mil milhões de euros (42%). Mas o dado mais significativo destes números é o perfil da dívida: enquanto a dívida externa do Estado de curto prazo (inferior a um ano) é de apenas 6 mil milhões de euros, já a banca tem uma dívida de curto prazo de mais de 68 mil milhões de euros. Isto significa que os bancos terão que liquidar aquele valor num prazo inferior a um ano. E num prazo superior a um ano, terão que ser pagos pela banca mais 96 mil milhões de euros relativos aos empréstimos concedidos por entidades estrangeiras.

Juntando a este cenário a obrigatória amortização até 2014 de cerca de 20 mil milhões de euros dos 46 mil milhões emprestados aos bancos portugueses pelo Banco Central Europeu (BCE), percebe-se a pressa, a sofreguidão da banca em obter enormes volumes de dinheiro. E como é habitual, os banqueiros já vieram dizer que o Estado tem que os “ajudar”: 50 mil milhões de euros davam mesmo muito jeito !!!

Para fazer face às brutais necessidades de financiamento do sector financeiro, não vão faltar nos próximos tempos inúmeras decisões governamentais para “transferir” milhares de milhões de euros dos trabalhadores e do povo para a banca. O saque vai continuar !

 

José Castro

 

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