Artigo de André Moreira

Saímos de Lisboa rumo a uma vitória. Essa vitória começa hoje, em cada momento de militância e de entrega. Quem constrói o futuro do Bloco são os seus militantes!

O debate, que ocorreu durante os dois dias da convenção bloquista, envolveu o inevitável tema da convergência à esquerda, da divida pública e das sondagens. Em todos esses temas o bloco foi capaz de apresentar ideias e alternativas politicas à altura. Clarificou-se a convergência à esquerda num debate claro e transparente que respondeu a todas as dúvidas existenciais da Moção C. Há que recuperar os socialistas traídos e perdidos pela política neo-liberal de um Partido Socialista cada vez mais apto para a arte de desiludir. E de manter um dialogo com o PCP de uma forma inteligente e prática. E sempre sem nos esquecermos de que as convergências são feitas apenas através de vontades comuns, e este é um princípio que não podemos ultrapassar.

A questão da divida foi também um assunto pertinente, que não poderia ser contornado. Pagamos ou não pagamos? Auditoria, sim ou não?

Mas mais uma vez a grande maioria dos 548 delegados contribui para um debate esclarecedor e inteligente que marcou a posição do bloco face a esta situação. Para sabermos o que pagar é necessário conhecer a divida, perceber qual aquela que é pública e qual aquela que é privada, Qual aquela que resultou das más políticas de PS/PSD/CDS e aquela que resultou da vontade exorbitante do grande capital, ou seja, da banca privada. E essa divida não nos compete a nós pagar. Ultrapassada esta primeira etapa da democracia, a auditoria à divida, cabe a qualquer força de esquerda capaz renegociar a divida em prol da vontade popular. A política FMI não serve nem a democracia nem a economia. A justiça económica é a frase de ordem numa altura em que a austeridade continua a destruir a vida de milhares de pessoas, que vêm o seu futuro hipotecado e constantemente maltratado.

E noutro tema central e extremamente mistificado, as sondagens, o bloco deu respostas e fez perguntas. O interessante fluxo estatístico de estudos pouco explicados tem preocupado a base eleitoral do bloco. Mas a realidade é outra, porque mesmo quando toda a gente previa a nossa queda, o nosso fim, este partido que revolucionou a forma de fazer política em Portugal continuou a mostrar cartas e a crescer. O crescimento não é infinito mas a queda também não é inevitável. E a Esquerda de Confiança que tem devolvido a esperança a milhares de portugueses, continuara o seu trabalho na grande batalha política que temos pela frente.

O dia 5 é um dia importante, é acima de tudo um dia de decisões, e poderá vir a ser um dia de mudança.

Mudar o Futuro é o Lema, o agente é a Esquerda de Confiança!

E este artigo terminará como terminou a última convenção do Bloco, uma convenção que relançou o Bloco numa jornada difícil, mas sempre rumo a uma vitória: A Esquerda em Bloco é Bloco de Esquerda!

André  Moreira