Monólogo de um social-democrata Versão para impressão
Quarta, 16 Fevereiro 2011

monologo

Como diria o saudoso Solnado, estava o pessoal a matar muito descansado e, de repente, salta à rédea solta, freio nos dentes , a irresponsabilidade militante: sem sentido de Estado, sem sentir o Estado, sem se pôr em sentido perante o Estado.

Artigo de Mário Tomé

 

Faríamos uma figura de imbecis perante  o mercado financeiro que a cada cedência aperta ainda mais , como é óbvio, é mole carrega-se, mas são os que nos ajudam, se fôssemos na conversa dos gajos que mais não querem que aparecer nas manchetes. E ajudar o Governo porque se a moção não for aprovada o governo fica como se tivéssemos aprovado uma moção de confiança; e se a moção de censura for aprovada temos que mudar de governo ou seja é a crise política porque se o PS não formar outro governo que passe na AR temos que ir para eleições o que é um crise política porque o povo vai votar e até pode votar em nós e nós como se sabe achamos que o governo morto tem de governar e cumprir o orçamento e a situação vai agravar-se cada vez mais porque este governo está tonto e não sabe o que fazer ; portanto a moção do Bloco de Esquerda, é desses irresponsáveis que se estão a desfazer e estão à deriva porque se não estivessem não, punham uma moção de censura, que não vale nada nem serve para nada, porque não vamos votar nela porque seria uma grande irresponsabilidade derrubar o governo morto e tonto e incapaz e que está a dar cabo do país e das hipóteses de recuperação pátria, que só nós seremos capazes porque temos alternativa mas não é para já é para quando o país já não tiver saída, nem salvação, então é tarde porque o governo não muda de política mas podemos fazer o mesmo e dizer que o PS deixou o país de tanga e os gajos não se podem vitimisar. Topas…
A irresponsabilidade do Bloco é tamanha que nem tem em conta que é preciso uma estratégia nacional de direita, digo eu Ângelo Correia e digo eu Octávio Teixeira, uma estratégia patriótica e de esquerda, e porque é patriótica sendo a política de esquerda vamos ter as forças vivas e os portugueses honrados para nos ajudarem a salvar a pátria, digo eu que até nem queria atacar o Bloco mas o Ângelo levou-me aí , a dizer que a moção é estúpida e acho que fez bem  senão eu não dizia, e ele até me piscou o olho, o Mário Crespo é testemunha. Mas sem estratégia nacional não nos safamos e o PS não tem nenhuma. Anda à deriva dizemos os dois mais todos os outros menos os do PS que dizem que a Moção é fazer o frete à direita que assim, se não votar, vai continuar a chatear-nos ao mesmo tempo que não tem outra estratégia, não tem nenhuma, não é outra sequer, enquanto nós dizemos que é preciso uma nacional e patriótica, a esquerda é com o Octávio, mas temos a do FMI e vamos impedir o FMI de entrar, o Passos Coelho também dá a entender que sim, mas parece preparar-se para governar com o FMI para ter a desculpa que nos quer tirar a nós que estamos já a cumprir as metas que no fundo agradam ao FMI e ao fundo, não me refiro a nós irmos ao fundo, mas o fundo europeu, que sempre é a mesma coisa.
Enfim, temos um governo que nos trouxe a esta situação de que não somos capazes de sair e com ele ainda menos sairemos; um governo que não governa, que não é capaz de governar, que está no fim, que bateu no fundo, que está morto. Um governo que é preciso substituir porque está a dar cabo da vida dos portugueses e do prestígio nacional. Há meses e meses, mesmo antes das presidenciais que assinalámos com sentido de Estado naturalmente, com a visão estratégica que nos caracteriza tendo em conta as ordens de Bruxelas, que éramos bem capazes de provocar uma crise política se o Cavaco não fosse eleito, porque nós pensamos no bem do país.
A situação é tão caricata, por causa da moção do Bloco que até dentro do Bloco está a criar confusão, o Bloco não se safa desta depois de ter apoiado o candidato que o Sócrates teve que apoiar, um candidato do PS que se não fosse o PS ter fingido que não sabia o que se passava, podia ter impedido a vitória de Cavaco, e portanto a derrota do Bloco leva-o a querer mostrar que ainda tem influência e é capaz de fazer o pessoal  andar à nora com a estúpida da moção que não serve para nada a não ser para atrapalhar e nos deixar a apoiar o PS ou a ter que votar a moção contra este governo que tem que governar como nós queremos, ainda não é a altura de parar a desgraça em que o país está por culpa do PS, porque esta política dos PEC’s que nós aprovámos se fosse connosco fiava mais fino e ele quer mas está à rasca e está morto.
Fazer das eleições presidenciais uma batalha contra o Cavaco sem porem o ataque ao Sócrates em primeiro plano, tira qualquer credibilidade ao Bloco para agora apresentar a Moção de censura contra o Governo do PS que afinal está a censurar a política dele sendo nossa e nós não podemos votar uma censura ao governo que censura a nossa política e vemo-nos obrigados a esperar que o país esteja ainda mais de rastos porque depois ninguém sabe como fazer a não ser a nossa e deles, malta da finança e da banca , a malta rentista que nunca perde a renda, e temos sempre nove milhões e quinhentos mil  otários para  pagarem  das várias maneiras que a sociedade democrática lhes confere e o governo tem que conseguir que seja de forma ordeira e pacata, porque o povo é sereno e o Mubharac que até está doente exagerou um bocado, exageram sempre os árabes,  o que é que ele queria… devia ter sido lembrado de  que a censura já não é precisa nem serve de nada, é um alerta para todos, mas nós temos o  Estado de Direito é uma garantia e a Praça Tahari é lá na  «margem esquerda», e o tipo exagerou, há gajos que já falam no PREC, são estúpidos, e parvos, os Deolinda têm razão diz o Bloco, é mas é parvo ele se pensa que os parvos fazem alguma coisa, embora seja sempre bom olhar para a tal praça, mas por enquanto o pau é nosso.      
A comunicação social, da esquerda à direita viu bem a coisa, e os comentadores idem, cada vez estão mais afinados,  a prenda que o Bloco está a dar ao PS, está a dar ao PSD, no fundo a gente nem tem que se desculpar de não votar a favor da moção já que ela – também não sei como poderia ser de outra forma, se os governo governa com uma política que é também  a nossa, mas acho que já disse isto – é contra a «política de direita, como se o PS fosse de direita, e os PEC’s não fossem uma necessidade nacional, patriota, para salvar o país da liberdade de mercado, a especulação da finança, que afinal garante a democracia, e é preciso acabar com o desemprego mas para isso precisamos de um plano estratégico mas é preciso acima de tudo, não vejo outra forma, que os despedimentos sejam facilitados, estão muito caros e depois queixam-se que não há emprego e, no fundo também ao PCP o Bloco facilita a vida apesar de não ficar à espera dele – por acaso foi isso que disseram há doze anos - não sei bem porquê mas os tipos devem ter razão.
O Bloco lixou-se, queria lã e sai tosquiado, há já gajos e gajas a sair da Mesa porque a Mesa não decidiu e de facto, na ausência de uma Convenção o Bloco, se fosse sério, precisava de reunir a Mesa para aprovar esta coisa tão estúpida que é apresentar uma moção de censura, porque o Grupo Parlamentar e os deputados não podem ter autonomia para isso, são eleitos mas obedecem aos órgãos, eles não são nenhum órgão, sabemos bem como é; ou pelo menos já que o Bloco não sabe fazer mais nada se não censurar de todas as formas o governo e a tal «política de direita» dos PEC’s , desde que nasceu, pouca imaginação afinal para quem se apresentou cheio de farroncas e modernices, a oportunidade da apresentação. De facto, sem mais nem menos anuncia-se a 11 de Fevereiro para ser apresentada a 10 de Março, logo a seguir ao Cavaco tomar posse, para ele poder demitir o Governo, mas para quê tão cedo: assim dá tempo para nos prepararmos e desancarmos a moção e a oportunidade de cima a baixo.
E o Bloco está a criar tantos anti-corpos no PS apesar do favor que lhe faz com a moção, que aquela malta que espera a possibilidade de a crítica construtiva e as lições que o eleitorado pode ir dando poderem criar um estado de reflexão interna que dê azo a uma mudança real, uma retoma da política social-democrata – enfim sociais-democratas somos nós - que permita então constituir um governo de esquerda , como se este fosse de direita!..., com o Bloco que para isso nasceu segundo pensam, creio, um governo de esquerda com o Bloco, apesar de, agora me lembro e a propósito do que disse há bocado sobre o terem nascido a dizer que já não esperavam nada do PS, isto há doze anos também.
Enfim, já estou a perder tempo demais com coisa tão irrisória e sem importância e que ainda por cima dita o começo do fim do Bloco. Já vão ser menos a queixar-se da redução dos deputados.
Penso eu de que…

 

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