Quem paga o quê... Versão para impressão
Terça, 30 Agosto 2011

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Neste tempo de férias assistimos a um debate lançado nos EUA e com seguimento na Europa, sobre a forma como os “muito ricos” devem deixar de ser mimados e comecem a pagar a crise, que em boa verdade muitos deles ajudaram a criar.

Esta discussão também rapidamente chegou a Portugal, com os posicionamentos que todos conhecemos e que basicamente se traduz num “Sim….Mas vamos lá ver Como”. Américo Amorim é o seu expoente máximo na recusa em aceitar a ideia e duma maneira ofensiva para quem trabalha.

A prova dos nove vai ser feita quando a proposta do Bloco de Esquerda, que toca no património mobiliário, for discutida e votada na Assembleia da Republica.

O que está em causa é uma questão de justiça e o início do caminho para uma maior equidade fiscal, que se propõe duma forma bastante moderada.

A questão é importante, mas não nos iludamos, pois já ouvimos o clamor das dúvidas e pretensas dificuldades que de imediato o PSD, veio logo colocar na comunicação social. Cavaco Silva, acompanha, embora com mais subtileza.

Para aqueles que vivem do seu trabalho ou das magras pensões após uma vida de labor, o que importa é saber: quem paga o quê?

A realidade diz-nos que têm sido os cidadãos comuns, duma forma violenta, injusta e desigual, os grandes sacrificados pela aplicação das políticas mais que troikanas, impostas pelo governo PSD/CDS.

Todos já sentimos no bolso os aumentos brutais dos transportes públicos e iremos sofrer mais com a subida do IVA no gás e electricidade em Outubro, parte do subsídio de natal vai ser confiscado, os cortes na saúde aí estão.

Mas o ataque é em todas as frentes e passa também pela alteração às leis laborais - indemnizações mais baixas; despedimentos facilitados e desvalorização da contratação colectiva com o que isso implica nos tempos de trabalho, que querem continuar a flexibilizarem à vontade do patrão e na diminuição directa dos custos do trabalho pela via da redução efectiva dos salários.

Por outro lado o governo, de um modo obsceno, está a mandar às malvas os direitos especiais do Estado, as chamadas “golden share” em empresas estratégicas como a PT, GALP e EDP, medida que em nada beneficia os consumidores e permite que os centros de decisão destas empresas passem para o estrangeiro.

Querem ainda privatizar tudo o que dá lucro. Atentemos o que nos diz a 1º revisão da Troika, – TAP em 2011; ÁGUAS de PORTUGAL e RTP em 2012, certamente a preços de saldo e para amigos.

Dizem-nos que tudo isto é inevitável e vai servir para que se cumpra os acordos com o FMI/BCE/EU. Contudo, todos vimos a economia a entrar em recessão e desemprego a aumentar a passos largos.

Aqui chegados, importa reagir à violência destas medidas contra os interesses do País e dos trabalhadores. Os rendimentos do trabalho estão a ser sugados pelo capital, o que aumenta as desigualdades e a miséria e fere a nossa dignidade enquanto pessoas.

Por tudo isto não nos peçam “concertação social”. Razões para sair à rua não nos faltam.

Cabe-nos, nos sítios onde intervimos, construir a luta que responda e trave esta ofensiva brutal. Dia 15 de Outubro nas ruas de Portugal, Espanha e Grécia, pode e deve ser o arranque forte que todos temos de dar contra estas desastradas políticas.

Vamos juntar forças!

Francisco Alves, dirigente sindical

 

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